sábado, 5 de novembro de 2011

Pausas

Uma lágrima escorrendo pela face,
Única fonte de água no deserto.
Desabrocha de repente por entre as rochas,
Descontroladamente.
Vertendo tristeza,
Dúvida,
Fraqueza,
Insegurança,
Medo
Do amanhã, talvez.
Do hoje, quem sabe.

Canta e ouve som de distância,
Fala e sente a voz do silêncio.
Murmúrios de nó na garganta.
Resquícios de poeira de mundo.
Mundo cruel.

Indagação de olhares:
O que se passa?
O que se sente?
O que diz?

Respostas que se apresentam em atos.
Esvaziar-se.
Afastar-se de si mesma,
Dos outros,
Da areia que se move para longe
- Afastando-me do que me afasta.
Correr de volta à procura do oásis.

E encontrar.
Ou reencontrar
Em simples Palavras de Vida.
Um desesperadamente consolador
Aroma de terra molhada,
Trazendo de volta o que se foi.

E tudo volta a ser
Como o entardecer de cores calmas,
Num singular descanso ao som dos pássaros.

Por Acsa Brito.

Um comentário: