sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Confiança

São pisadas na areia...
Ao longe, sozinho.
Em suas mãos, papel
um barquinho a construir.
Sem água pra navegar,
sem mar
Em sua voz de menino, dúvida:
barco sem mar?

Foi-lhe dito que confiasse
Confiança sem mar?
Em cada dobra no papel, uma lágrima
Sem motivos pra crer,
Sem olhos pra ver,
Enxergando às escuras.

Que foi isso?
Gotas! São gotas!
Chuva!
E se molhar o barquinho?
Calma, calma, menininho.

Um arco-íris a brilhar,
Poças de água para brincar,
Barquinho sem sequer desmanchar
Agora tem  mares para navegar.

Confiar
é construir o barquinho sem mar,
é deixar ele, mesmo de papel, molhar
é saber que no mar ele não vai afundar.

Confiar
É ver sem enxergar.

Por Acsa Brito

6 comentários:

  1. Espetacularmente espetacular! Estrondoso testemunho de fé.

    Não sei se o link foi intencional, mas me fez lembrar Noé. Quanta fé! Quanta fé! Pra frente barquinho!

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  2. Lindo! Tão simples e ao mesmo tempo tão profundo. Além da mensagem de fé, me transporta ao tempo de menino quando brincava de fazer e soltar barquinhos de papel nas águas da chuva.
    Bons tempos! Quanta fantasia infantil!

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  3. Na verdade, Vinícius, não tinha feito ligação com Noé, mas agora, relendo e pensando na trajetória dele, realmente as histórias se batem...

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  4. De fato, Deus ministrou ao meu coração através desse poema. Glória a Deus pela sua vida Acsa. Que o Senhor continue de usando! =D

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  5. Que sensação agradável ao reler esse poema!
    Deveria ser incluído em livros didáticos pra que milhões de brasileirinhos tivessem o privilégio de ler e sentir a beleza e a força desses versos.

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