terça-feira, 25 de setembro de 2012

Se há em mim alegria
Tu és o principal causador
Não te recrimino por isso
Apenas agradeço.
É mais que o bastante.

Queria poder reparti-la agora
Impregnar sua luz em outro ser
Deixa-lo desacordado de sentimentos por ti
Apenas para que se alegre também
E viva
A essência da felicidade eterna
ao seu lado.

Meu único confidente,
Corações estão sendo destroçados
Mostre-lhes o caminho!
Seja seus olhos!
Como se compadeceu de mim,
deixe-se derramar de amor e misericórdia!

És a única esperança.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Meu Rei


Sinto que nossos passos
Andam juntos agora
Vejo que o céu
Não é tão longe de alcançar.
Penso nas músicas
Que embalavam a melancolia do meu ser tristonho...
Nada mais faz sentido.
Porque, na verdade,
Tudo faz sentido.
Já tenho sentido,
Tu és o meu sentido.

O medo, a angústia, as lágrimas,
Denunciavam meu andar distante.
A solidão sem motivo
Cantava aos meus ouvidos:
Volta!
Resistente ao canto,
Andei sombria.
Como vento sem destino,
Procurei encher-me de vazios.
Escondi-me na máscara do orgulho,
E chorei.

Chorei por saber a verdade:
O meu Rei estava destronado.
Destinei o Reinado
à causas secundárias.
Daí então,
ter me perdido no sentido da vida,
Me deixado levar por coisas vãs.

Em pedaços minh'alma foi dilacerada.
A reconstrução consciente,
Tão delicada.
O retorno do Rei ao seu legado.
A cura interior tão esperada.

Sinto que nossos passos
Andam juntos agora.
Vejo que o céu
Não é tão longe de alcançar.
A felicidade antes perdida, foi reconquistada
Os domínios do reino foram retomados
Agora meu ser descansa
Porque o senhor, meu Rei,
Reina sobre mim.

Por Acsa Brito

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Ansiedade

E todas as manhãs
Caem como um bálsamo para as noites frias.
A angústia de que o sono venha
Tão grande como a vontade de não estar assim.

A fé parece minguar nesse turbilhão de emoções
Quanta necessidade de perceber que estás perto
Quanta vontade da segurança do Teu colo de Pai
São noites escuras onde a solidão
Busca na memória os tempos de paz e descanso
Descanso em teus braços.

Como cheguei aqui?
Ainda me pergunto.
Os ventos que me trouxeram
Se foram sem deixar pistas
de como voltar.
Se as lágrimas formassem rios,
e em sua correnteza me levassem de volta.
Estaria feliz.

Desnecessário é estar assim.
Apenas uma escolha e estaria enfim
Confiando novamente meus caminhos a Ti

É preciso emudecer o pensar
E te deixar falar em mim
Inevitável voltar a sorrir
E sorrindo dormir
Em paz.

Por Acsa Brito.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Buscando

Ando te procurando por aí
Em imagens, fotografias
Em canções que remetem nostalgia

Fixo meus olhos no céu
A lua se esconde de mim.

O mar se cala em seu furor.

E eu, desconsertada em minha busca.

Quem sabe uma canção não seja capaz
Uma imagem não represente
A criação não defina em si mesmo
O que procuro.

Busco por Ti,
Espero por Ti
Talvez essa procura
Seja incompreensão da mais nítida verdade:
O que eu procuro está dentro de mim.


Por Acsa Brito.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Sem palavras

Enquanto dormia,
Tocou-me o rosto um clarão.
Entreabri os olhos sem compreender
E sorri.
Sorri ao ver quem ousara visitar-me à madrugada
Doce alegria inesperada

Levantei-me ainda sonolenta,
Dirigindo o olhar em direção à veneziana
E sorri novamente.
Quanto contentamento!
Tão longe, tão perto.

Contemplei à volta,
O aposento estava tomado
Como o raiar do Sol ao despontar no horizonte
Contudo, não era dia.

Aproximando-me do parapeito
Apoiei meus braços e contemplei.
Lá estava minha surpresa.
Que beleza inexplicável!
Ao seu redor,
Um misto de cerúleo e stratocumulus enegrecidos
Coroavam-na harmoniosamente
Uma suavidade esplendorosamente misteriosa
Seu raios, emprestados de outros astros
Caíam-lhe perfeitamente bem
E inundavam minh’alma

Sem palavras,
Cantei-lhe uma canção.
Não, não a ela.
Ouviu minha voz Aquele
Que me surpreendeu com uma de suas mais belas criações:
O luar.

Por Acsa Brito.

sábado, 3 de março de 2012

Escolhas

Em luta travada contra si mesma,
Optou pela derrota.
Como o fel
Tornou-se o, outrora, doce demerara.
E em tristeza n’alma
Silenciou diante de tudo.

Sem palavras,
Escondeu o rosto
Ocultou as palavras
Palavras ocultas
Inalcançáveis em mais profundo ser

Tocaram flautas
E não dançou
Entoaram lamentações
E não chorou.
Alma fria e inconsolável
Teceu sua teia de amargura
Protegendo-se contra si mesma
Enquanto vagada à beira do precipício.

Ao raiar da alva
Despertou do sono profundo.
De olhos abertos lembrou-se do precipício.
Ao longe se ouvia:
"What would I have done if it wasn't for Your love
The love that tore the veil inside my heart
What would I have become if it wasn't for Your blood
The blood You gave for all on the cross"

Fechou seus olhos novamente e agradeceu.
Mais valia viver uma Canção
Do que o amargor do doce demerara.


Por Acsa Brito.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Um vão

Havia um banquinho para conversar
Sorrir à toa e descansar
Desabafar, perdoar,
Me encontrar em Seu olhar.
Um vão aconchegante de paz
e apenas um banquinho.

Rebuscados confusos
Ilusoriamente belos
Subiram ao olhar esvaziando a alma
Superfície
Ausência de palavras
Um vão cálido e vazio
Separando o início do fim
Fim do silêncio
Fim que é recomeço.

A saudade da simplicidade
da humildade
Sedenta pelo fim
A lenta demolição do ilusório
Nostalgicamente feliz
A alegria do fim: o recomeço.
Um vão e um banquinho.
Aconchego de paz.


Por Acsa Brito.