segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Batalhas

Há um silêncio
Estarrecedor
Tímido dentro d'alma
Sons mudos
Apenas Teus ouvidos estão sensíveis

São batalhas
Lutas travadas constantemente
Dias após dia

E o vencer dessa guerra
É perder

Armas que caem ao chão
Orgulho prostrado
Egoísmo massacrado
Para que haja paz
Para que habite vida.

Transformação.
Alguns passos mais perto.

Por Acsa Brito

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

À alva

E o que em profundo sentia
Naquela sem lua noite fria
Era que se apressasse o tempo
E chegando a alva
Nela O encontrasse

E o tempo,
se lhe escapa como fumaça em vento,
ousando deixar romper o dia.
Não mais suportou a agonia.

Desceu escadas abaixo
E em seus passos tênues de menina
Abriu a porta e correu.
Livre, livre como uma gazela

Sem olhar atrás
Braços abertos
Correu para encontrar descanso
Nos campos verdes da Sua paz
Correu para desfrutar segurança
No orvalho fresco do Seu abraço
Correu para encontrar amor
Nos raios de sol do Teu amanhecer.

Por Acsa Brito

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

(Des) Humana vida

Olhares que se vendem
em momentos roubados
Sentimentos defraudados
por paixões efêmeras.

Vidas vazias
Vazias de vida
Vidas de vazio
Frívolas
Enganadas
Perdidas.

Sem esperança
perdem-se na névoa
Vagando no horizonte sem fim
Consumidos pela miséria
Fome espiritual que os alimenta

No abominável erro da ilusão
À procura de migalhas
Andando em lamaçais escorregadios
Areia movediça aos seus pés.

Gritos de socorro,
de solidão
Tristeza infinda
Oculta sob máscaras
De falsos prazeres nessa quase vida.

Não, não te conhecem, Deus.
Não te conhecem.
Precisam de cura.

Por Acsa Brito.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Confiança

São pisadas na areia...
Ao longe, sozinho.
Em suas mãos, papel
um barquinho a construir.
Sem água pra navegar,
sem mar
Em sua voz de menino, dúvida:
barco sem mar?

Foi-lhe dito que confiasse
Confiança sem mar?
Em cada dobra no papel, uma lágrima
Sem motivos pra crer,
Sem olhos pra ver,
Enxergando às escuras.

Que foi isso?
Gotas! São gotas!
Chuva!
E se molhar o barquinho?
Calma, calma, menininho.

Um arco-íris a brilhar,
Poças de água para brincar,
Barquinho sem sequer desmanchar
Agora tem  mares para navegar.

Confiar
é construir o barquinho sem mar,
é deixar ele, mesmo de papel, molhar
é saber que no mar ele não vai afundar.

Confiar
É ver sem enxergar.

Por Acsa Brito